domingo, 15 de junho de 2014

Miley Cyrus...

Passados 4 anos da estreia da ex-estrela da Disney em solo lusitano no Rock In Rio Lisboa, ela está de volta como nova para um concerto na MEO Arena. Se no RIR conseguiu ter 88 000 pessoas presentes para a ver, este ano esteve longe de encher o recinto que se encontrava literalmente "às moscas", falou-se em 12 000 pessoas, não parecia nada... Bem, e lá fui eu para o meio da miudagem ver a tão falada Miley Cyrus que se em 2010 já dava início à sua "emancipação" da Disney mesmo que a última temporada de Hannah Montana estivesse ainda no ar, foi no Rock In Rio que deu que falar ao apresentar-se mais provocante como disseram na altura, já que acabara de lançar "Can't Be Tamed". De resto disse que ia deixar a música e dedicar-se ao cinema, viu que a sétima arte não era a cena dela (e não é mesmo) e voltou à música. Quem diria que ela sobreviveria para lá da Disney, a verdade é que quando o ano passado editou o primeiro single "We Can't Stop" ninguém diria que ela podia voltar a ser tão popular, mesmo que não seja pelos melhores motivos. Lingua de fora, twerks, toda a merda vale para voltar à ribalta, e resultou. Não é de chocar que seja nesta fase que tenha lançado o maior êxito da carreira, "Wrecking Ball". Há miúdas com t-shirts a dizer "R.I.P Hannah Montana", há bananas insufláveis... Mas olha-se para o público presente, e parece que nada mudou desde a menina da Hannah Montana, a maior parte são miúdas entre os 10 e os 16 anos muitas acompanhadas com os pais. Poucos minutos antes do começo do espectáculo anuncia-se que vai ser gravado para um posterior DVD da digressão. Miley entra em palco naquilo a que podemos chamar uma alegoria aos seus novos tempos e à fama que criou de não conseguir manter a língua dentro da boca, já que surge escorregando pela mesma (tão caricato e hilariante). Sim um ecrã gigante projecta a imagem da cara de Cyrus sendo que da boca sai um escorrega a recriar a sua língua em direcção ao palco, de lá sai a cantora obviamente. Na minha opinião foi bem jogado. "SMS (Bangerz)" é o mote do início do concerto com bonecos em palco, bailarinas, twerk, e até uma referência a Britney Spears com uma bailarina mascarada, já que esta faz parte da canção em alguns versos da versão de estúdio. O alinhamento é constituído maioritariamente pelo bem sucedido "Bangerz" que relançou a carreira de Cyrus o ano passado. Com tanto envolvimento em polémicas, até parece que é mais uma que se vai dar durante o concerto mas nem por isso, um twerk ali, uma simulação de orgia acolá... Nada que as outras não façam. Miley faz uma pausa para beber água, mais parece que tá a chupar uma piça, cuspindo água sobre as primeiras filas. De resto há uma competente entertainer à frente do público que apesar de não se esmerar a nível vocal (ela sabe cantar efetivamente), com um espectáculo visualmente variado com várias mudanças cénicas há mudanças no guarda-roupa, há um carro, há um cão gigante, há uma cama onde chega a simular o previsível entre bailarinas e bailarinos, chega a montar-se num cachorro gigante que voa sobre o palco... É concerto Pop ponto final. Miley tá mais preocupada em apelar aos presentes que protejam os animais do que falar em sexo ou drogas, mesmo que isso seja conteúdo das canções apresentadas, no fundo ela tá mais preocupada em dar o seu show do que propriamente ser muito polémica, isso fica para outros momentos, e o facto de não haver ali nada de chocante é o verdadeiro elemento surpresa do espectáculo. Quis cortar com o passado e em 2h30 encheu a set list com mais covers do que êxitos, dos outros tempos chegou "Can't Be Tamed" e "Party In The USA" já no encore a fechar o concerto com direito à Estátua da Liberdade e ao Monte Rushmore em palco e confetti e pirotecnia. A certa altura esteve num palco secundário onde num cenário simples apresentou vários covers desde Coldplay ("The Scientist", grande momento!), a Lana Del Rey, Bob Dylan, Outkast ou Dolly Parton. Até dois temas teve de repetir por questões de filmagem para o DVD da tour. Não tinhas mesmo reportório pa encher o alinhamento, que é feito das antigas "The Climb", "7 Things", "Fly On The Wall" ou "See You Again"? Tudo o que a aproximava dos tempos da Disney ficou de fora, só "Party In The USA" entrou. E guardou o que todos queriam ouvir para o final "We Can't Stop" e claro a mais cantada ontem há noite na MEO Arena, a óbvia "Wrecking Ball". Lá para o meio houve ainda tempo para uma "love cam" eu diria "ring cam" já que era um anel e não um coração, foi durante "Adore You" que Miley incentiva os presentes a beijarem-se enquanto são captados no ecrã... Filmam-se maioritariamente rapazes homossexuais aos beijos no golden circle.
E Miley bazou já eram quase 23h30, eu diria que o grande choque foi o facto de ela ter dado 2h30 de concerto, nunca pensei... Fiquei com a sensação que ela pode ser mais do que abanar o rabo e andar com a língua de fora, há talento ali pra mais, mas gostei mesmo não tendo cometido a proeza de esgotar duas noites como Beyoncé, de tudo tem para ser o espectáculo daquele estilo de música, mais interessante que por aqui vai passar este ano.
A tal entrada em palco...



O cachorro quente (quem é que faz isto?...)

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