Pensar que estive até ao último segundo a pensar em cancelar tudo até me deixa desmiolado, podia lá eu perder tal oportunidade...
Bem, cheguei a Madrid no Domingo de manhã, depois de várias horas dentro do comboio, lá estava eu na estação de Chamartin mais morto do que vivo, apanhou-se o metro para ir até ao hostel que estava no centro da cidade, logo veio uma viagem de metro com uma carrada de estações.
Check-in, deixa-se as malas na Maletera já que a entrada no quarto não pode ser feita antes das 15h, e toca a fazer "sightseeing".
Tendo uma noção de orientação na cidade facilita tudo, e começa-se pela Plaza Mayor que ficava a menos de 10 minutos do hostel. A Plaza Mayor é uma das imagens principais de Madrid aparece em tudo o que é postal, desta vez até estava em obras e pairava um arco-íris sobre a linha do horizonte. Não é melhor que o nosso Terreiro do Paço.
Tiram-se umas fotos e passa-se a outro sítio, o Palácio Real. Não entrei mas é decerto um dos edifícios mais interessantes da cidade é um tanto grandioso. E há polícia por toda a parte, há carros e carros da polícia, mas o que é que se vai passar ali? Bem prosseguiu-se a marcha até à Plaza de España para se entrar na mítica Gran Via.
A Gran Via é provavelmente a avenida principal da cidade, é uma rua extremamente comercial cheia de lojas das marcas do costume, cinemas, teatros, hotéis, restaurantes, etc... É local de multidões a atravessar aquela área a pé, afinal de contas é o coração da maior cidade da Península Ibérica. Mas a avenida estava parcialmente fechada ao trânsito, e mais polícia por toda a parte... E lá se perguntou o que se passava, era o Dia de la Fiesta Nacional, ou seja o Dia de Espanha, era feriado e ia haver um cortejo militar, e os reis de Espanha iam estar presentes na Plaza Neptuno.
Plaza Mayor
Palácio Real
Gran Via
E o passeio continuou até à Calle Alcalá onde a Gran Via termina com o mítico Metropolis a dividir as ruas, acho que aquele é um dos edifícios mais marcantes da cidade, cativa totalmente.
E o trânsito está cortado e vê-se uma enchente cheia de bandeiras espanholas na Plaza de Cíbeles, outro dos pontos mais emblemáticos a registar na capital espanhola.
Sinceramente é uma das coisas que mais gosto naquela cidade. A praça tem uma fonte ao meio com uma estátua da deusa, que serve como rotunda, é tipo um Marquês de Pombal de Madrid. Ali encontra-se também outro edifício soberbo, o Palácio das Comunicações, é lindo!
E com a multidão por toda a parte não há fotos para ninguém e nem é possível rumar a Norte para a Puerta de Alcalá... Bem bora tentar ver os reis à Plaza Neptuno. Esta encontra-se cortada ao trânsito automóvel e pedonal, mas é possível ter uma vista para o evento assim ao longe nas ruas transversais, e lá se vislumbra a família real espanhola lá bem ao longe... Que pontaria!
Bem almoça-se pela Puerta Del Sol no sempre também mítico McDonald's, qual paella qual tapas, McDonald's é sempre toda uma inovação...
Para a tarde a sightseing tour continuou, voltou-se à Cibeles para tirar umas fotos decentes e prosseguiu-se para norte em direção à Puerta de Alcalá, primeiro vislumbre que tive de Madrid já em 2010. Entra-se pelo megalómano Parque del Retiro, e que grande que aquela merda é, mas vale muito a pena, principalmente pelo Palácio de Cristal e paisagem envolvente que é espectacular, e só para não falar que o espaço é extremamente agradável para ir correr e fazer outros tipos de desporto. Perderam-se 2 horas lá, e começa a chover. Caminha-se pelo Passeo del Prado, e vai-se ver a fachada do Museu do Prado e ver os preços de entrada... 18 euros se bem me lembro, fica para uma próxima!
Estamos pela Plaza Neptuno outra vez, esta praça que é palco de eventos como tinha acontecido de manhã, quando o Real Madrid ganhou a Champions foi ali que decorreu a fiesta.
Volta-se para o hostel por aquelas calles típicas, lembra o Bairro Alto e Alfama em Lisboa mas é bem distinto.
Metropolis
Puerta Del Sol
Plaza Cibeles
Puerta de Alcalá
Parque del Retiro
Palácio de Cristal
Museu do Prado
Plaza Neptuno
Ficamos num quarto muito peculiar, era Marylin Monroe por toda a parte desde a porta até às paredes do quarto, havia imagens da actriz por toda a parte, havia outros quartos com por exemplo Anne Frank.
Jantou-se pela Puerta Del Sol e deu-se uma volta pela Gran Via e Plaza de Cibeles, já que de noite Madrid tem outro encanto, há uma enchente nas ruas que é coisa impensável em Lisboa.
Dia seguinte, check-out às 10h30, tão cedo... é que por norma o meio-dia é o mais aceitável, mas enfim. Pequeno-almoço só inclui churros, não sei quem é que consegue comer aquilo logo de manhã.
O quarto Monroe
O último dia na cidade significa também que vou vivê-lo grande parte sozinho, é o dia em que vou ver o concerto de Kylie Minogue.
Mandem-me pedras à cabeça, fuzilem-me, o que quiserem, digam que ninguém vai ao Estrangeiro e paga para ver essa mulher, caguei um bocado para isso... Este dinheiro que foi um ordenado ganho ano passado, guardei para uma ocasião que fosse especial, para muitos faz sentido comprar um telemóvel, uns ténis, uma roupa nova, para mim não, prefiro continuar com o telemóvel da "idade da pedra" e gastar o dinheiro em algo imaterial.
Vamos ao que interessa. Chego ao Barclaycard Center por volta das 15h a fila está pequena, nem parece que vá haver ali um concerto.
As portas abrem às 19h20 e quando dou por mim estou praticamente na primeira fila à espera que o concerto comece, e como dói estas esperas... Eu devo ser o indivíduo mais novo dentro daquele recinto que não deve ser maior que a MEO Arena, já que a maioria dos presentes deve ter dos 30 para cima, e uns 80% são homens e tudo homossexual, mas onde é que eu me fui meter... Já imaginava para onde ia.
21h30 começa o concerto, Kylie e a pontualidade britânica mesmo que seja australiana, vive em Inglaterra portanto é quase adoptada pelos britânicos. Há um palco com uma passerelle, ecrãs gigantes, uma estrutura metálica na frente do ecrã, e um jogo de luzes impressionante.
Não é o espetáculo que apresentou na digressão passada em 2011, já que dificilmente supera aquilo que foi provavelmente o espectáculo mais megalómano e ambicioso criado por uma artista feminina, mas... continua a ser um concerto de Kylie Minogue, e só por aí já se sabe que há bom espectáculo (gostando-se ou não do reportório).
O mote desta turnê europeia é a promoção do álbum Kiss Me Once que foi um fracasso, o que se traduz na criação de um espectáculo mais simples do que as últimas digressões mundiais da cantora.
Minogue entra deitada sobre um "sofá" que recria os lábios com batom vermelho da cantora ao som de um tema do novo álbum, "Les Sex".
Está montada uma pista de dança gigante, já que o reportório de Kylie é maioritariamente aquilo a que se chama de Dance Pop. E vai tudo dizer "ahhh mas isso é tudo a mesma merda, Kylie, Britneys, Beyonces, Rihannas, Katy Perrys, não cantam nada, fazem playback e usam auto-tune...". Não é bem assim.
Kylie Minogue é aquilo que uma cantora Pop deve ser, apresenta durante 2 horas um espectáculo visualmente atractivo e extremamente competente, o que é que eu quero dizer com isto? Kylie canta ao vivo todas as canções e canta bem, muito bem, é extremamente afinada e pode surpreender os mais cépticos, a certa altura Minogue "alonga" a sua voz e chega mesmo para além de emitir notas longas e altas, chega a cantar ópera... Sim isso mesmo, Kylie Minogue consegue cantar ÓPERA! Foi durante "Your Disco Needs You", registei esse momento em video que vou deixar abaixo o link.
E para quem pensa que também é uma Diva sem maneiras como muitas outras, nope. Esta não só tem classe como é extremamente comunicativa com o público chega a dar um autógrafo e já lá mais para o final leva um fã para o palco para tirar uma selfie e cantar em acapella com ele. Brilhante no mínimo que uma artista consiga demonstrar tanto prazer e empenho por estar em palco, realmente esta mulher nasceu para aquilo, tá-lhe no sangue.
Não é a primeira vez que vejo um concerto de Kylie Minogue, já tinha visto em Lisboa em 2009, o problema é que não estava lá ninguém e foi um fracasso de bilheteira, gostos são gostos!
Foram 2 horas muito bem passadas, o alinhamento foi maioritariamente baseado nos êxitos conhecidos do público, Kylie é daquelas artistas que assim de repente ninguém sabe quem é, mas quando se dá conta, conhecemos umas quantas músicas que passaram na rádio há milénios atrás, isto aconteceu comigo. Constaram na setlist temas como a mais célebre "Can't Get You Out Of My Head", "I Should Be So Lucky", "Love At First Sight", "Spinning Around", "Slow" ou "In My Arms". Há canções que não simpatizo, nomeadamente as do início da carreira como "The Locomotion" ou "Never Too Late", e já de 2000 "Your Disco Needs You", esta última vale a pena ao vivo pelo momento de ópera claro.
Para o final fica "All The Lovers" e já no encore "Into The Blue" que mostrou o novo álbum, pena que não tenha tido sucesso já que foi provavelmente o melhor single que Kylie editou nos últimos anos, e uma das melhores canções do género editadas este ano.
Por detrás de Kylie há uma equipa também competentíssima que vai da banda aos bailarinos, ela chega mesmo a interagir com todos os elementos do palco durante o concerto.
Passaram 2 horas a correr, e valeu a pena claro que valeu, foi o concerto que mais gostei, pensar que tive para não aparecer e cancelar a viagem, teria sido um erro tremendo, não me arrependo nada, missão cumprida!
Dormir nos bancos do aeroporto é que não teve graça nenhuma mesmo já não ter sido uma estreia nessas andanças, não se dorme um piço. às 10h15 da manhã estou com os pés em Lisboa, que pena!
Tanto Madrid como Barcelona são a minha cara cada vez me convenço mais disso, mudava-me para qualquer uma amanhã já... Keep dreaming...
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