Ia eu em mais um dos tantos passeios por Lisboa e no meio das gentes que atravessam as ruas do Chiado ou da Baixa, do Rossio ao Martim Moniz, era possível ouvir a conversa alheia e de como a Praxe e as mortes naquela fatídica noite no Meco constituem o tema do momento. Pudera... com a divulgação massiva a que se é exposto diariamente por parte da imprensa, isto em vez de ser algo que só deveria dizer respeito às famílias dos estudantes que faleceram na praia e respetivas pessoas relacionadas, não às ideias e sobreposições do Ti Manel ou da Joaquina. Corre tinta e tinta e a verdade essa ainda se sabe praticamente zero, enquanto essa não é revelada, vivem-se de teorias mal fundamentadas atiradas pela comunicação social e pela opinião pública seja no jornal, na tv ou nos comentários das redes sociais. Pois dessas teorias a comunicação social influência a opinião pública e informa que as vítimas estavam a ser submetidas a um ritual de praxe... "Várias testemunhas apontam para...", "Foram vistos com pedras atadas aos joelhos", "Deixaram os telemóveis em casa"... São várias as manchetes que correm desde o ano passado. Chego ao ponto de ver numa revista cor-de-rosa as imagens das famílias na praia de joelhos lavadas em lágrimas... Eu pergunto-me a que ponto é que chegamos, em que se pega nas mortes de estudantes levados pelo mar e se vendem histórias e teorias como se de uma notícia de que o Justin Bieber foi preso se tratasse. Hoje tivemos o Marcelo Rebelo Sousa em direto da TVI a comparar a Praxe com o bullying logo de seguida temos na Secret Story concorrentes a serem submetidos a um concurso em que têm de mexer em "bichos" para conseguirem ganhar 5000 euros, isto não é uma comparação, são só factos, opiniões. O ponto disto tudo está no facto de esta história ser alimentada para continuar a correr tinta devido à Praxe, a comunicação social sabe jogar, ela está a limitar-se a vender aquilo que o povo quer acreditar. Então passou-se a esquecer que morreram pessoas numa noite na praia, mas passou-se a lembrar que a Praxe deve ser abolida e culpada disto ou daquilo. Será sempre assim, ontem na Igreja eram todos violadores, hoje na Praxe são todos uns criminosos, é assim que a crítica funciona, é assim que a imprensa subsiste. Aquilo que eu mais desejo neste momento é que a verdade venha ao de cima, e que venha não para eu ou o vizinho saber, mas para pelo menos "esclarecer" a dor daquelas famílias que perderam os seus filhos naquela noite, porque enquanto nós estamos aqui a falar e a defender isto ou aquilo, estão a estas famílias a sofrerem e a serem bombardeadas pelos Media e pela conversa alheia. Deixando uma breve opinião sobre as críticas à praxe (sim, isto para mim são duas matérias distintas, mesmo que venha tudo na ordem dos factos apresentados anteriormente, e que exista uma suposta relação da praxe e do acidente), a comunicação social está já cheia de opiniões e de ideias difundidas nos últimos dias acerca da Praxe, e nas mais detalhadas eu vejo sempre na mesma linha Praxe, Bullying, abuso, violência... Há aqui muita generalização como é de costume e também muita falta de conhecimento sobre os temas. Eu sou caloiro eu ESCOLHI ser praxado, ninguém me obrigou e garanto que pelo menos no meu caso e no que assisto e tenho conhecimento não estou a sofrer de bullying, porque essa definição eu também a conheço melhor que ninguém, bullying é ser perseguido durante anos na escola, bullying é verídico, não é aquilo que a Praxe submete, esta procura integrar os novos membros na comunidade académica. Eu sou muito tímido e ainda assim escolhi submeter-me à Praxe, e passei uma semana inteira com um sorriso na cara, numa semana que comecei "inseguro", recordo agora com um momento surreal, inigualável e épico na minha vida. Arrisco em dizer que nem na escola primária a integração foi tão bem sucedida, e que mudou e muito a minha componente social. E não me contem a história de que não integra, porque se eu sou a pessoa introvertida que sou e através da Praxe eu dei-me a conhecer, após os cânticos, os gritos, as danças, havia sempre alguém que procurava conhecer mais e meter conversa. Houve e há sempre alguém que vem falar contigo quando estás em baixo, quando estás com uma puta de uma narsa e não podes ir para casa, alguém para te dizer que te estás a destruir... E não é que após uma semana de Praxe, entrar numa sala de aula a primeira vez é muito menos doloroso porque mais de metade das caras presentes já te são de todo familiares, porque durante a Praxe foste involuntariamente obrigado a conviver, a conhecer as pessoas que te rodeavam, a formular opiniões, a partilhar gostos, a rir... É claro que isto tal como as opiniões anti-praxe, também não é generalizável, isto foi o que me aconteceu, o que aconteceu ao vizinho do lado pode ser diferente. Com a Praxe reinventei-me, com a Praxe integrei-me.
domingo, 26 de janeiro de 2014
sexta-feira, 3 de janeiro de 2014
Entrar em 2014
Começando 2013 sobre a terra batida de um parque de um estacionamento com um vazio e sem motivação para subsistir num novo ano, dificilmente se prevê uma reviravolta para o final desses 365 dias.
Ora isto é tão simples quanto isto, em duas décadas nunca se fez a transição para um novo ano tão bem como neste. E é isso há quem sonhe com grandes festas (porque não?), Nova Iorque, Dubai, Amesterdão, Londres, Sydney, eu sonho acima de tudo com a companhia de pessoas que eu gosto e vice-versa não interessa onde. Nunca é 100% certo garantido, mas eu optei por acreditar que estaria certo. Dei início aos primeiros minutos/horas de 2014 no meio de uma vila na costa do sudoeste alentejano, e que cenário tão idílico que era, no local mais zen possível no meio da paisagem tão característica da planície alentejana com o mar na linha do horizonte. Melhor, seria pouco provável. Não estive para grandes exageros com o álcool para ter controlo total sobre as minhas acções, mas não me deixei de divertir. Até podia ter sido uma seca que tinha sido de igual forma a melhor passagem de ano da história. Então não? Foi aquilo que sempre quis em 20 anos, estar com um grupo de amigos fora da minha área de residência. Contudo, isto parece tão simples, mas é mais complexo do que aparenta ser, já que seria impensável isto acontecer ainda à pouco mais de um mês, este era o convite que eu não iria recusar. Agradeci e agradeci e acho que não chega para expressar a dimensão dos factos, estes ficariam explícitos e perceptíveis se pudesse ser folheado um livro ilustrado do meu passado. A única que coisa que soube fazer, foi deixar um sincero "obrigado". Estar naquele espaço com aquelas pessoas e estar com um sorriso na cara que não fosse fraudulento, é raro mas ultimamente tem vindo a ser frequente.
Acima de tudo preciso de me rodear de quem gosta de mim por quem eu realmente sou e não por aquilo que eu criei e faço passar... Foi uma noite bem passada. Sou agora mais "eu" do que ontem fui, mais transparente e a jogar menos à defensiva, tudo o que é demais enjoa e sinceramente não me apetece ir ao grego. O jogo continua. Obrigado a quem está do meu lado.
Ora isto é tão simples quanto isto, em duas décadas nunca se fez a transição para um novo ano tão bem como neste. E é isso há quem sonhe com grandes festas (porque não?), Nova Iorque, Dubai, Amesterdão, Londres, Sydney, eu sonho acima de tudo com a companhia de pessoas que eu gosto e vice-versa não interessa onde. Nunca é 100% certo garantido, mas eu optei por acreditar que estaria certo. Dei início aos primeiros minutos/horas de 2014 no meio de uma vila na costa do sudoeste alentejano, e que cenário tão idílico que era, no local mais zen possível no meio da paisagem tão característica da planície alentejana com o mar na linha do horizonte. Melhor, seria pouco provável. Não estive para grandes exageros com o álcool para ter controlo total sobre as minhas acções, mas não me deixei de divertir. Até podia ter sido uma seca que tinha sido de igual forma a melhor passagem de ano da história. Então não? Foi aquilo que sempre quis em 20 anos, estar com um grupo de amigos fora da minha área de residência. Contudo, isto parece tão simples, mas é mais complexo do que aparenta ser, já que seria impensável isto acontecer ainda à pouco mais de um mês, este era o convite que eu não iria recusar. Agradeci e agradeci e acho que não chega para expressar a dimensão dos factos, estes ficariam explícitos e perceptíveis se pudesse ser folheado um livro ilustrado do meu passado. A única que coisa que soube fazer, foi deixar um sincero "obrigado". Estar naquele espaço com aquelas pessoas e estar com um sorriso na cara que não fosse fraudulento, é raro mas ultimamente tem vindo a ser frequente.
Acima de tudo preciso de me rodear de quem gosta de mim por quem eu realmente sou e não por aquilo que eu criei e faço passar... Foi uma noite bem passada. Sou agora mais "eu" do que ontem fui, mais transparente e a jogar menos à defensiva, tudo o que é demais enjoa e sinceramente não me apetece ir ao grego. O jogo continua. Obrigado a quem está do meu lado.
Até que enfim que estreei isto!
O sorriso desta vez era verídico.
Um bocadinho do paraíso xD
Um ambiente destes quase cura automaticamente uma ressaca.
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